21 de janeiro de 2013

Olha, aqueles pretinhos de tanga com ossos espetados nos lábios são tão giros, ou como o pechisbeque folclórico da Joana Vasconcelos não passa de loja de chinês para pessoas adult-contemporary que gostam de passar por cultas em festas de aniversário

 
Elaborar uma teoria das coisas é a ambição natural de todo o filósofo que se preze. Mas é preciso pachorra (um conceito filosófico). E por isso as minhas consistentes teorias sobre as coisas são uma metafísica que os outros julgam desgarrada e à espera que as pontas sejam unidas. Outro galo cantará quando eu tiver tempo: aí ponham-se a pau. Toda a minha argumentação caminhará no sentido da consolidação de uma obra capaz de responder às mais simples e desconexas imanências nas quais o humano se manifesta, foda-se. O que, por outras palavras, significa que ainda um dia serei capaz de perceber o que vai na cabeça das gajas. Mas não se preocupem que eu também não; temos tempo. De seguida vou esgalhar um ensaio com alguma profundidade sobre artes plásticas que, como verão de seguida, é afinal sobre arte de plástico. Mas não coloco a conclusão à entrada, por isso têm que ler até ao fim.

Prosseguindo a análise a uma série de artistas desprovidos de talento e cujo estatuto de artista lhes foi oferecido pelo lobby dos jornalistas, comentadores e agentes, vou dissertar um pouco sobre a obra da Joana Vasconcelos, aquela sujeita que costuma aparecer vestida com as sobras dos panos que utiliza para a produção das suas peças. O primeiro gajo a perceber claramente a função do jornalismo na sociedade em que habitamos foi o Karl Kraus. E, como de costume, o primeiro a perceber é quase sempre aquele que percebe melhor: Karl Kraus foi suficientemente claro sobre o papel nefasto do jornalismo. E nem conhecia juditesdesousas e josésrodriguesdossantos, sorte a dele. Mas sobre este carrossel de exibicionismo vazio que é o jornalismo ensaiarei noutra altura.

Para a invenção de um artista não basta a força dos críticos, tem que haver qualquer coisa mais – não necessariamente talento – para que o artista se faça artista profissional, ou seja, aquele que aparece. A portugalidade, por exemplo, é uma balela à qual muitos artistas recorrem para enfeitar as suas criações, mas é gira. Fica bem e é muito bom para a caça ao subsídio. A lusofonia é outra do género e também muito gira: garante uns apoios bem jeitosos. A Joana Vasconcelos resolveu usar esse adereço da portugalidade. Pega naquelas merdas giras típicas de bilhete postal e aplica-as nas bugigangas e geringonças que vai fazendo: rendas de bilros, calçada portuguesa e outras coisas assim todas misturadas e que ficam muito giras. Dá uma perspectiva multiculturalista à coisa: assim uma espécie de visão do mundo loja gourmet do Corte Inglês: coisas giras de vários sítios, muito giro. Mesmo que já tenha sido feito antes.




Em terra de cegos quem tem um olho é rei. E em terra de ignorantes que tem uma cunha é artista. Toneladas de performance, mixed-media, instalação, vídeo-arte e outros palavrões semelhantes aí estão para o provar. Mas tudo muito giro, claro.

7 comentários:

  1. Nem giro é !
    Infelizmente, a parolice chegou ao poder,são os sinais do tempo…
    Das piores peças foi o xaile pendurado na torre de Belém fiquei constrangida (algo raro na minha pessoa).

    "pechisbeque" heheheheh
    pior do que a joana só o francês pior do que já se fez que aceitou prostitur-se a troco de uns cobres de um país falido (digno de entrar nos miseráveis)para atirarem areia para os olhos de gente pouco informada.

    seria interessante investigar a genealogia da pequena e ver de onde vem o nepotismo de estalo (estado, perdão) quem sabe :)um dias loureiro ?! ou do cavaco ou será mais do lado da maria :)))

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    1. desculpem,o socras (suspeito) que não deve ser deixado de lado !!!

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    2. Não vamos por aí. Este blog é sério.

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    3. compreender a genética da coisa é um assunto sério :)
      e o nepotismo idem idem ...

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  2. soube-me a pouco, este (post)
    alma, parece ser muito apreciada (a artista) :) por certos restaurantes e escritórios de advogados...

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    1. hahahahahah
      na assembleia ouvi dizer que há para lá um lustre que ilustra bem a falta de propósito da situação.

      quem tem obra dela neste momento revê os seus conceitos estéticos há por aí na imprensa estrangeira quem já coloque os tempos dificeis que a pseud

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  3. Percebo-te, mas face à obra da artista fica difícil arranjar palavras.

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